CRISE DE VALORES NA FAMÍLIA E NA ESCOLA
A família é considerada o berço dos valores fundamentais ao desenvolvimento do indivíduo como diz Mattos (2008, p.11)
Estrutura holística composta por partes inter-relacionadas, interdependentes, isto é, as partes contribuem para o funcionamento do todo. Como agente primário de socialização, deve ser o espaço em que as crianças adquirem os primeiros princípios morais e onde descobrem valores, atitudes e comportamentos considerados adequados e aceitos pela comunidade.
Muitos dos enfrentamentos que acontecem na escola não possuem raízes neste local, eles são derivados dos ambientes familiares, onde os indivíduos acabam passando a maior parte do seu tempo e absorvendo atitudes de acordo com os padrões culturais de sua família. Por exemplo: se na família os pais, ou sujeitos que vivem no mesmo ambiente resolvem seus conflitos por meio de agressões físicas ou verbais, este agirá fora deste convívio da mesma maneira quando estiver em situações de conflito, ou será mais um oprimido formado pelo processo educativo familiar e social.
A escola acaba absorvendo os problemas sociais, misturando-se aos conceitos que são de responsabilidade desta instância. Na maioria das vezes não dá conta desta sobrecarga de atributos, mas ai entra a importância do trabalho voltado para o desenvolvimento das relações interpessoais. Com isso buscando se não resolver de um todo melhorar as condições formativas dos indivíduos para que consigam exercer a sua cidadania, conscientes de que tem direito a escolhas melhores e pode mudar a sua realidade.
A escola também oferece um espaço para que os valores primários vindos da família sejam aplicados na construção de novos valores e conhecimentos, nas quais as relações interpessoais ficam mais explicitas, pois são diferentes indivíduos inseridos no mesmo meio de convívio, onde um transmite novos modelos culturais aos demais.
A construção da personalidade dá-se mediante experiências morais, isto é, situações e contextos que apresentam atos valorativos. (MATTOS, 2008, p. 58)
Puig (1998)
Considera meios de experiência moral a família, a escola, o trabalho. A participação do indivíduo nesses meios sociais definirá os problemas morais e éticos que serão enfrentados no decorrer de sua vida. Só se atinge a autonomia moral quando se é submetido a conflitos que a realidade apresenta. Só se inicia uma mudança quando se interrompe a adaptação ao meio social anterior.
Então a escola deve por meio do trabalho com as relações interpessoais fazer com que os valores primários vindos da família sejam aprimorados para que o indivíduo consiga realizar suas escolhas da melhor forma possível. Valorizando a si mesmo e ao seu próximo.
REFERÊNCIAS
MATTOS, Airton Pozo de. Ética e Formação do Educador. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008.
PUIG, Josep M. A Construção da Personalidade Moral. São Paulo: Ática, 1998.